Aprendendo com a Sukyo Mahikari (SM)
Garry Greenwood, ex-kanbu
Garry Greenwood foi kanbu e braço direito do shidô-butyô Dr.Andris Tebécis, por mais de dez anos, na Sede da Mahikari em Canberra, na Austrália e escreveu um livro intitulado Todos os homens do imperador (All the emperor's men: http://www.culthelp.info/index.php?option=com_content&task=view&id=5691&Itemid=11), onde, segundo o seu site, «desvenda os segredos obscuros desta seita misteriosa» e «apresenta este importante e bem pesquisado e-book, que oferece uma visão bastante rara em alguns dos equívocos da Mahikari, invisíveis e inacessíveis aos seus membros e ao público em geral».
Conhecí Garry no kunren-bu Shinga Dai (centro de treinamento para formação de dirigentes situado em Takayama, Japão), onde ele e um jovem, procedentes da Austrália, vieram para estagiar cerca de 2 a 3 meses.
Lembro-me do seu cabelo grisalho e ar compenetrado, acompanhando o treinamento físico puxado e embora ficasse frequentemente junto ao nosso grupo de kunrensei da América Latina, raramente conversamos, mais devido à barreira da língua.
Há inclusive uma referência sobre os kunrensei do Brasil no seu livro e me surpreendeu muito o fato de saber que ele havia deixado a seita, alguns anos após aquele treinamento conjunto.Para aqueles que entendem a língua inglesa, recomendo a leitura do livro, à venda agora pela Amazon Kindle (americana), pois Garry realizou uma ampla e profunda pesquisa não apenas sobre a seita SM, mas sobre as possíveis razões de sua criação.
Seu conselho:
Ao longo dos meses e anos seguintes (à saída da entidade) documentei minhas descobertas na forma de e-book «Todos os Homens do Imperador», além de vários outros artigos relacionados publicados.
Compartilhei minha história na mídia, via TV, rádio, revistas e jornais. Conforme esperado, recebí uma reação mista, que foram desde ameaças, abuso verbal e escrito até muitos telefonemas, cartas e e-mails de apoio e gratidão de pessoas que também conseguiram escapar do grupo e outras empresas religiosas.
Uma recente publicação na Wikipedia afirma que, por causa dos meus esforços em expor o grupo, mais da metade dos seus membros ocidentais abandonou-o, embora os seus membros continuem a crescer no Japão e em alguns países pobres em desenvolvimento.
Quando finalmente executei a grande fuga, também fiquei preocupado em como preencher o vazio na minha vida, que o meu grupo tinha preenchido por todos esses anos.
Não tive que me preocupar sobre isso por muito tempo porque o vácuo causado pela minha fuga foi gradualmente preenchido com o meu esforço e entusiasmo em alertar a todos sobre os perigos deste grupo e instar todos os candidatos - aqueles com um vazio em suas vidas e aqueles que estão aprisionados à indústria da religião, para recuarem e darem uma boa olhada objetiva em si mesmos e a empresa religiosa deles.
Pesquisem a sua origem - se ela é baseada em fatos palpáveis, comprovados e documentados e não em fábulas antigas ,folclore ou simplesmente porque alguém diz que é verdade.
A fé cega é uma fuga e jamais permissível. Confira o seu objetivo real, quem são seus líderes e de onde vêm os seus ensinamentos.
Alegar revelações divinas é uma prova clara e um sinal de máxima arrogância. Se fosse investir dinheiro em uma empresa, qualquer pessoa sensata iria obter a documentação corporativa e relatório de um contabilista em primeiro lugar, por isso, se você está a fim de investir seu tempo, dinheiro e alma em uma empresa de religião não faz sentido fazer o mesmo?
Ela está oferecendo um produto digno de preencher o vazio ou esse vazio poderia ser preenchido com algo melhor?
Leia também o Postscript (PS) escrito por Garry algum tempo após o lançamento do livro.
Alguns trechos relevantes do livro «Todos os homens do imperador».
Muitos, principalmente os kumitê brasileiros e japoneses, ignoram que o Dr. Andris Tebécis era casado antes de ingressar na seita e divorciou-se da esposa devido à ela não acreditar na Mahikari.
Após ingressar na Mahikari, a Dna. Kôko e seus assessores arranjaram uma orientadora, chamada Yasumi, para ser a nova esposa de Tebécis e esta engravidou.
Quando estava com 9 meses de gestação, aconteceu o inesperado, conforme a seguinte passagem do livro:
«O orientador Andris Tebecis estava transmitindo as revelações (seminário) em sua forma inspiradora habitual.
A orientadora Yasumi, que estava grávida de nove meses e eu, estávamos ouvindo através de um alto-falante no escritório do orientador.
A orientadora estava descansando, já que tinha tido uma agenda divina atarefada, quando de repente e sem aviso, entrou em trabalho de parto.
"Oh Deus, o bebê está deformado!" exclamou a parteira.
Dentro de alguns momentos o bebê estava totalmente fora e morto!»
Como interpretar tal ocorrência terrível, ainda mais quando o orientador estava mais do que servindo a Deus, transmitindo o seminário básico, em nome da representante de Deus na terra, a Oshienushi-sama?
A sede do Japão mandou, na ocasião, uma admoestação severa ao orientador e sua mulher, mas a ocorrência serviu apenas para mostrar a negligência no período pré-natal que as orientadoras costumam sofrer.
Confiando somente no okiyome, provavelmente a mulher não se submeteu aos exames habituais, etc., que pode ter contribuído para a morte do feto, o que prova não apenas a falácia da arte mahikari, como também de todo o esquema da organização, criado por seres humanos e para propósitos humanos.
O principal motivo da saída do sr Greenwood da seita está relacionado às 2 ocorrencias envolvendo jovens kumitê e Mahikari-tai-in de Canberra, Austrália, onde ele chegou a servir como kanbu, responsável pela transmissão do seminário.
A primeira foi com 3 jovens kumitê:
«Peter, Ann e Anthony tinham viajado várias vezes de Melbourne para Canberra para participar desses estudos(benkyokai). Sendo jovens estudantes sem carro, eles pegavam carona, levando cerca de 10 horas somente para vir ou ir.
Eles estavam tão sedentos de ensinamentos divinos, que considerações de ordem prática, como não terem carro e estarem constantemente com pouco dinheiro não tinham importancia. Que exemplos maravilhosos eles eram para todos nós»
Um dia, quando regressavam à Melbourne, a tragédia acontece.