Em 1994, quando Wendy e eu finalmente viramos as costas para a Mahikari, naturalmente quís compartilhar algumas das verdades recém descobertas com alguns membros.
Animadamente fui relatar como tudo parecia simplesmente cair no meu colo, enquanto eu gradualmente descobria os inúmeros fatos desconhecidos sobre Yoshikazu Okada e as organizações Mahikari.

Para minha surpresa, esta informação surpreendente foi geralmente recebida com total indiferença ou descrença.

Não obstante o meu esforço em apresentar os fatos, a maioria dos membros simplesmente procurou justificar as ações de Yoshikazu Okada e da organização.

Foi só então que eu comecei a perceber que todos nós éramos vítimas, em graus variados, de alguma forma de controle da mente. De alguma forma, porém, eu tinha conseguido ver as coisas um pouco diferente do que muitos membros.

Isso, eu acho, foi possivelmente um resultado da minha experiência traumática de ter de identificar os corpos dos cinco membros jovens que morreram tragicamente em acidente de carro em 1987. Esta ocorrência inesperada deve ter desencadeado alguma coisa no meu subconsciente, que me fez novamente começar,lentamente, a pensar por mim mesmo.

Por causa de suas mortes infelizes fui capaz de iniciar um retorno gradual aos meus sentidos, embora fosse ainda orientador em tempo integral. Até podería dizer que por causa deles é que agora vocês são capazes de lerem este livro.

Quando renunciei ao meu cargo, minha família e eu nos tornamos refugiados no nosso próprio país enquanto vagamos procurando um novo lugar para se estabelecer ou para escapar.
No topo da nossa situação financeira lamentável, de estar praticamente sem um penny (tostão), desempregado e com seis filhos para sustentar, Wendy e eu tivemos que lidar com as fobias profundas de medo e culpa.

O sistema de crença dos membros é alterado para acreditar que eles são os únicos a serem salvos em um apocalipse iminente, pois este era o destino deles.
Deus os selecionou, entre quatro bilhões de pessoas, para executarem a tarefa especial de criar o paraíso na terra.
Surpreendentemente, a maioria dos membros já acredita nisso no momento em que completa o seminário de iniciação de três dias. Este controle do pensamento é muito eficaz na filtragem de dúvidas ou críticas dirigidas contra si mesmos, ensinamentos, seus dirigentes ou a organização.
Esta barreira auto-imposta só permite a entrada do que está de acordo com a doutrina; qualquer outra coisa simplesmente é lançada fora. Aqui, a pessoa perde todo o sentido do que é certo ou errado. Tudo o que interessa é peneirar as informações que chegam, procurando o que está de acordo com a doutrina. Todo o resto está errado, mau ou de nenhum valor.

Isto foi exatamente como a maioria dos membros reagiu, quando eu compartilhei muitas das informações que tinha juntado sobre as origens e os motivos reais da organização. Seus comentários típicos eram: "Não compete a nós julgar", ou "Deus às vezes age desta maneira".