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Morte de Kôtama

É fato conhecido que nos anos que antecederam à sua morte, contrariando o que se espera de um religioso, Yoshikazu cercou-se de luxo, vestindo-se com requinte e ostentando acessórios de alto valor, como inúmeros anéis de pedras preciosas e relógio Rollex, conforme atesta a foto que ilustra a publicação Kamimuki Sandi da entidade, mas sobretudo entregando-se aos prazeres da gastronomia, até adoecer e morrer subitamente enquanto dormia com uma jovem kumitê, conforme alegação de kumitê da época.

 

Mesmo a prática de uma arte supostamente divina não lhe garantiu uma morte natural, falecendo de doença aos 73 anos, agravada pelo vício do tabagismo, que justificava dizendo ser imune às substancias nocivas, como  nicotina e alcatrão, pelo fato de possuir as células espirituais e físicas purificadas, ao contrário dos mortais comuns.

 

Segundo o relato do advogado Masao Ono (mais tarde juiz do Supremo Tribunal, constante do boletim nº 5 (novembro de 1986) da Shukyo Hô Gakkai (Sociedade da Lei Religiosa), «no dia 23 de junho de 1974, o diretor representante de uma entidade religiosa, conhecido como o primeiro Oshienushi, de nome Yoshikazu Okada, faleceu de acidente cerebrovascular», registro esse que difere da versão oficial da entidade que diz: O primeiro Oshienushi (ou Sukuinushi) ascendeu, com um facho de luz, no dia 23 de junho de 1974, para prevenir o desastre da humanidade (energia de convulsão da natureza prestes a eclodir), o que mostra a intenção de camuflar o que de fato ocorreu e que era do conhecimento dos dirigentes da época.

 

Os kumitê que conviveram com Kôtama dizem que a infância infeliz, negligenciado pelos pais, pode explicar a sua carencia e a necessidade de chamar a atenção para si, contribuindo também para o seu temperamento instável, extremamente generoso para os aliados, mas frio e cruel para os críticos. Esses kumitê antigos, na faixa dos 80 a 90 anos atualmente, conheceram a Kôko Inoue como a amante e secretária de Kôtama, embora a sua procedência ou formação seja desconhecida.

 

Segundo o Shin Shûkyô Jiten (Dicionário dos Novos Movimentos Religiosos, editôra Kôbundô), Kôko nasceu no dia 16 de dezembro de 1929, mudando o sobrenome para Okada e o nome para Keiju, Keishu e Seishu, sucessivamente, após ser adotada por Kôtama e tornar-se sua assessora. Note-se que a diferença de idade entre ambos era de aproximadamente 28 anos, e que embora adotada por Kôtama, a quem chamava de pai, era, de fato, sua amante. Após a morte de Kôtama, entretanto, não tardou em iniciar um novo relacionamento com um assessor, segundo relata um kanbu atual da entidade.

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