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Desmistificando os ícones sagrados

 

 

 

O fato de Yoshikazu Okada ter criado o Mitama de Yo, usando um relógio de algibeira, chega a ser simbólico, uma vez que ele era usado, no passado, por hipnotizadores, como um pêndulo para fixar o olhar e induzir à hipnose.

 

Confiante no poder que os ícones exercem na mente dos crentes, Okada tratou de providenciar outros apetrechos, para manter os kumitê hipnotizados, sob a forma de omitama (pendente), goshintai (quadro com o sinal de Deus SU) e o gosonzô (estatueta do Deus Izunome) e, pelo que vemos hoje, foi plenamente bem sucedido, pois conseguem manter os kumitê presos à seita, como se fossem ímãs.

 

A fim de montar o cenário perfeito para a mistificação, Okada convenceu os seguidores da existência de uma luz divina, emanada por um Deus supremo e captada pelas mini-antenas parabólicas, que seriam os omitama e decodificada pelos receptores do sinal divino, o goshintai e o gosonzô, tornando os portadores do omitama uma espécie de aparelhos para refletir a luz.

 

Como na antena parabólica, que é usada para a recepção de sinais de rádio e televisão, recebidas de forma gratuita, desde que se adquira o kit de recepção (antena, decodificador e cabos coaxiais), Okada condicionou o recebimento do sinal divino à aquisição inicial da antena, porém como na televisão por assinatura, a concessão do canal é feita mediante o pagamento de uma taxa mensal, em forma de Reisen Hodji (agradecimento pelas ondas divinas).

 

Sabendo-se hoje que esse foi um esquema de ganho fraudulento montado por Okada, já que todos os seres humanos emanam energia eletromagnética, utilizada desde a antiguidade para promover curas, não há razão em manter o kit, enriquecendo apenas os donos do negócio e para prová-lo, não há meio melhor do que se desfazer das antenas e receptores, como a família Abreu está fazendo.

 

De quebra, servirá como uma terapia de choque, originalmente um tratamento psiquiátrico para tratar a esquizofrenia, mania, catatonia, etc. a fim de despertar os kumitê hipnotizados do estado de torpor.

 

Escreví na categoria Ex-Seguidores como a família Abreu, de Salvador, em um gesto corajoso e inusitado na história da desmistificação da seita Sukyo Mahikari, colocou à venda, online, o goshintai (quadro divino) e o gosonzô (estatueta do Deus Izunome) e embora o ato em sí comprove a falácia da pregação, pois é óbvio que Deus teria impedido a ocorrência de uma tal heresia, os kumitê desinformados precisam saber que inúmeros incidentes envolvendo os supostos objetos sagrados vêm acontecendo, protagonizados por kanbu e kumitê, alguns dos quais absolutamente inacreditáveis como estes dois, enviados por kumitê de Salvador:

 

 

1. O orientador D.J.S.T gostava de beber, provavelmente para relaxar da imensa pressão espiritual decorrente do cargo, mas não tomou as devidas precauções e acabou sendo flagrado por kumitê, em duas ocasiões, quando saía de uma boate para gays, completamente bêbado, na noite anterior à realização da cerimônia mensal. 

 

Isto significa que o orientador executava o rito de limpeza do quadro divino naquele estado etílico avançado, mas mesmo que ele tivesse ido à boate após ter realizado a limpeza, estaria cometendo uma grave falta, de acordo com o padrão de procedimento de limpeza do goshintai.

 

Se os casais precisam observar a abstinência sexual antes da limpeza do goshintai e na noite anterior à cerimônia mensal, por uma questão de preservação da pureza, como se explica um orientador ir a uma boate para gays beber e se divertir, justamente na noite anterior à cerimônia?

 

Por sinal que este orientador, além de beberrão, era hacker nas horas vagas, invadindo as contas de e-mail dos kumitê, era exímio instalador de microfones de escuta nas salas do dojô, para espionar os kumitê gohôshi-sha, praticava assédio sexual e ainda por cima as finanças do dojô apresentaram problemas sob sua gestão. Um modelo de kanbu falso, como diz Ko Heibun.

 

 

2. Os pais da orientadora J acabaram se separando quando o pai, kumitê de grau superior, engravidou a babá da filha e como resultado, a mãe, kumitê TQ, foi instruída a emprestar o goshintai da família ao seminário básico realizado na Feira de Santana e doar o altar à orientadora I, que necessitava de um altar para o seu goshintai.

 

Ocorre que a caixa contendo o goshintai emprestado, que foi transportado do dojô para a residência de uma kumitê, foi colocada, acidentalmente, no piso da recepção do edifício e posteriormente, já no apartamento da kumitê, foi depositada no assento da cadeira da sala pela empregada.

 

O relatório desta dupla falta grave foi encaminhado à sede de orientação, porém devido ao não reconhecimento da falta pela orientadora I, nenhuma medida foi tomada.

 

No kunrenbu ouví dizer que um gato caiu morto ao tocar no goshintai, como que eletrocutado pela luz divina, mas se a kumitê e a empregada não foram carbonizadas pela heresia cometida, prova que o quadro, supostamente «divino e vivo», não passa de um quadro como outro qualquer.

 

Quando eu servia no dojô de Belém, como tradutora e intérprete, ao chegar no dojô, uma manhã, deparei-me com a dojô-tyô Seki, visivelmente nervosa, andando de um lado a outro, diante do altar.

 

Disse-me que durante a noite alguém da proximidade havia disparado tiros à esmo e que um projétil havia atravessado o telhado e o fôrro do dojô, vindo cair próximo ao goshintai, de modo que precisávamos fazer o omairi (oração a Deus),pedindo perdão pela falta cometida.

 

Lembro-me que custei a acreditar na ocorrência bizarra e fiquei me perguntando como pôde acontecer justamente onde deveria haver maior proteção de Deus! 

 

 

 

 

 

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