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Plágios

No texto do Sunkyô da revista Mahikari japonesa nº 611 de agosto do ano passado (2013), existe uma passagem onde Kôtama diz «O ensinamento citado não é algo que estudei lendo um livro. É a transmissão literal de tudo que me foi dito pelo espírito divino».


Já sabemos que o ensinamento de Kôtama, em sua maioria, é plágio do ensinamento da Messiânica e do documento antigo Takeuchi Bunken, mas parece que essa prática é inerente às seitas enganosas, pois conforme denuncia o ex-kumitê japonês Kô Heibun(高丙文), em seu blog [Mahikari no Waza  Minhas experiencias] (Mahikari no Waza  Watashi no Taiken-ki)(http://uritakego.blog.fc2.com/), o Oshienushi III é especialista nesta arte.


Diz ele que pesquisando os textos dos ensinamentos mensais, constatou que muitos são cópias de textos constantes nos sites da Internet.


Na passagem da pág. 26 da revista Mahikari japonesa de agosto deste ano (2013), por exemplo, constam os cálculos referentes às dimensões internas da pirâmide de Giza do Egito iniciando a citação com «...dividindo-se a altura da pirâmide por 2 obtem-se o o tôpo da câmara do rei. Dividindo-se por 3, obtem-se a altura do teto da câmara do rei. Dividindo-se a altura por 4, será o tôpo da câmara da rainha.Dividindo-se por 5, coincide com o piso da câmara subterrânea...., etc. » (veja a foto da página da revista em japonês).


Ocorre que esta passagem nada mais é do que reprodução de um dos inúmeros textos existentes na Internet, como a do blog do Necozawasei (http://necozawasei.jugem.jp/?eid=544),que comentam o documentário «A revelação das pirâmides» feito com base no livro de Jacques Grimault, resultante da pesquisa de 37 anos feita sobre a pirâmide de Giza do Egito. (continua...)

 

Abaixo transcreví trechos do blog de Ko Heibun, traduzido e editado:

 

«A guerra de invasão perpetrada pelo antigo exército japonês (N do T: contra os países asiáticos), teve várias causas, como o problema da falta de recursos naturais e a falha na diplomacia, porém é fato que isso aconteceu. Um dos motivos que contribuiu para exortar essa guerra infeliz foi a existência do chamado «documento antigo Takeuchi (ou Takenouchi)», considerado uma verdadeira bíblia entre alguns dos militares mais extremistas.
 
O documento afirma que «o imperador Tennô do Japão dominava o mundo» em épocas anteriores aos registrados nos Kojiki( N do T: o registro mais antigo da história do Japão) e Nihon Shoki (N do T:crônicas do Japão, o segundo livro mais antigo sobre a história do Japão).

 

No seminário superior da Sûkyô Mahikari é ensinado que o povo das 5 cores (Goshiki-jin) ou os Sumérios (Shumêru) seriam os descendentes do Tennô, que teriam se espalhado pelo mundo, de modo que o refrão da entidade «o mundo é um só e a origem da humanidade também é uma» vem deste conceito, ou seja, uma era em que o Tennô governava o mundo.


No documento Takenouchi, aquele que faz a ligação entre o Céu e a Terra (povo, humanidade) é o Tennô. No ensinamento da Mahikari, aquele que liga Deus e a humanidade é o Oshienushi = ou seja, apenas substituiu o Tennô pela figura do representante terreno de Deus.


Após ler o documento Takenouchi, Kôtama provavelmente teve a idéia de se autoproclamar o «representante terreno de Deus, o Criador» ou «Sukuinushi (Senhor da salvação)».


O que se pode afirmar é que Kôtama transformou em «revelação divina» tudo aquilo que leu no documento Takenouchi.


Para isso basta fazermos uma comparação entre o que consta no documento (reproduzido em inúmeros livros disponíveis ao público) e alguns gráficos da apostila do seminário superior e logo constataremos que o conteúdo das apostilas dos seminários intermediário e superior é plágio do documento antigo Takeuchi. (continua....)

 

Ladrão de Deus


Kôtama costuma usar muito a expressão «ladrão de Deus» dentro do ensinamento, o que me parece ser uma manifestação do próprio remorso. Ladrão de Deus significa, na verdade, a comercialização da religião, como transformar os templos em pontos turísticos ou as entidades religiosas desenvolverem atividades paralelas, como a administração de estacionamentos e creches.


Acontece que o ensinamento da SM tem como base o ensinamento da Messiânica, que se ramificou da seita Ômoto, complementado com o documento Takenouchi, da seita Amatsukyô e de acordo com a circunstância, inclui citações da Bíblia, da sutra budista e de outras entidades e para justificar essa colagem, se auto-proclama ensinamento-base de todas as religiões.


Sendo assim, pode-se afirmar que Kôtama é a matriz da roubalheira praticada contra Deus.


Gerações de plagiadores


Já falei que o Oshienushi III, Kôo, aproveita muito o que existe na Internet, para encher a linguiça do ensinamento, como a citação das palavras de Jesus Cristo, que ele faz na pág. 29 da revista Mahikari de maio (nº 608, japonesa): «Mas naqueles dias, após aquela tribulação, o sol escurecerá e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados».


Como ele não é cristão, nem estudou a Bíblia, foi buscar novamente na Internet alguma citação conveniente, copiou e colou o que encontrou, conforme verifiquei .


Já na pág. 16 da mesma revista, ele diz que «o grande plano de Deus vem do jissô dos mundos divino e divino-espiritual, quer dizer, tendo como centro o Grande Deus SU que se encontra nas profundezas do mundo divino da sétima dimensão, o tempo, espaço......»


Ocorre que os termos [mundo divino da sétima dimensão] e [Deus SU] apareceram pela primeira vez no documento Takenouchi, pertencente à seita Kôso Kôtai Jingû Amatasu kyô, não existindo nenhuma citação em nenhum outro documento.


No documento Takenouchi constam teorias fantásticas, como a de que na antiguidade o Tennô (imperador) do Japão (Sumera Mikoto) governava o mundo e que existiam pirâmides (日来神宮 (Hi Ra Mi Dô)) no Japão.


Este documento foi revelado, pela primeira vez, em 1910 e à época, os membros da nobreza e militares radicais chegaram a peregrinar até o templo Kôso Kôtai Jingû, na prefeitura de Ibaraki.


Nos idos de 1935 foi lançada a revista mensal «Shinpi no Nihon (Japão misterioso)» com artigo da autoria de Katsutoki Sakai, ex-militar e pesquisador das  pirâmides japonesas e provavelmente Kôtama, com 30 e tantos anos à época, tornou-se um leitor fervoroso, até porque tinha muito tempo à disposição, pois coincide com a época da sua queda do cavalo.


Quando Kôtama se refere a «documentos antigos» significa, portanto, o documento Takenouchi, originalmente da seita Amatsukyô.


Mas, voltando ao ensinamento do Kôo, da revista nº 608, apesar de fazer referência ao ensinamento do fundador e à grande providência, etc. de modo pomposo, as 5 primeiras páginas, das páginas 10 a 31, são relatórios administrativos e o resto não passa de cópia de revista científica, disponível nas livrarias.

 

(Leia aqui o comentário de um ex-kumitê japonês sobre o ensinamento de Kôo)


Goseigen, produto de uma mente esquizofrênica


Na página 45 do livro comemorativo do cinquentenário da SM existe a referência à primeira revelação divina dada a Yoshikazu Okada, onde Deus teria dito que o tempo dos céus havia chegado e que deveria se auto-nomear Kôtama, passando a impor a mão.


Diz ainda que ao receber a revelação divina Sukuinushi-sama não pôde levantar-se de imediato, sentindo como se estivesse sendo ludibriado por alguma raposa ou texugo....chegando a desconfiar de Deus.................então...certo dia o espelho retrovisor do carro estacionado na garagem estilhaçou, sem motivo aparente.....e Sukuinushi-sama obteve o satori de que era um alerta divino para não se voltar ao passado......e decidiu se levantar para salvar a humanidade.

 

Entretanto, cerca de 7 a 8 anos antes dessa revelação, Yoshikazu Okada já praticava a imposição de mão sob o nome de mestre Ryûdô, portanto, nem era o caso de se sentir ludibriado por alguma raposa ou texugo.
Quanto ao espelho retrovisor, a sua função não é olhar o passado, mas para poder avançar, ou seja, uma ferramenta importante para prever o futuro próximo (não significa retroagir).


Se é revelação de Deus....é por demais pobre.


Entretanto, dias depois acontece algo bombástico.
«... uma resplandescente divindade dragão dourado  apareceu sobre a montanha e tudo foi envolto em um som maravilhoso e arrebatador de barbatanas e escamas friccionando, como o farfalhar de túnica»


Espelho retrovisor e aparição de divindade dragão dourado.......quanta diferença!


Pode-se afirmar, sem exagêro, que Kôtama devia estar sofrendo de esquizofrenia, até porque se fosse uma pessoa normal não pensaria em se aproveitar dos seguidores, não é?


Na pág. 43 do livro comemorativo consta que em 1953, Sukuinushi-sama criou uma empresa de nome 「光発興業 (Kôhatsu Kôgyo)」a fim de prosseguir na devolução da dívida...........nessa época, Sukuinushi-sama usava o codinome «Ryûdô Okada».......que  não era um simples codinome, pois foi um nome que adotou seguindo a orientação de Deus e as pessoas que conviviam com Sukuinushi-sama o chamavam Ryûdô-san ou Ryûdô sensei.

 

Na mesma época, Sukuinushi-sama foi convidado para ser consultor na empresa Tada Kensetsu, através da apresentação de um conhecido.


Isto quer dizer que, 6 anos antes de receber a «primeira revelação divina» ele já recebia orientação de Deus, usando até os nomes Ryûdô Okada e Ryûdô sensei.


Isto só vem a confirmar que o Goseigen é invenção de Kôtama. Ao fazer uma verdadeira colagem de ensinamentos e procedimentos, é inevitável que comecem a aparecer as contradições. Na Internet consta até que ele usava o codinome Chûdô.


A revelação revelada


 A razão pela qual pode-se dizer que o Goseigen é uma farsa está nos seguintes:

 

① O Goseigen é algo que supostamente foi recebido por Kôtama diretamente de Deus SU, o Criador do Céu e da Terra.

② Kôtama é o representante terreno de Deus, o Criador.

 

Se é assim, as duas afirmações acima só poderiam ser autenticadas ou confirmadas por Kôtama e ninguém mais.
Porém, em algumas publicações oficiais da entidade, como na apostila do seminário intermediário (pág. 2), lemos que a sua autenticação foi feita por uma seita chamada M no Michi, dando a entender que, naquele momento Kôtama foi considerado do mesmo nível dos seus colegas sacerdotes shintoístas.


O Goseigen foi concedido por Deus Supremo a Kôtama, do mesmo nível espiritual dos chefes shintoístas → nele consta que alguém irá autenticá-lo→esse alguém é o tenjô dos colegas(M no Michi)→ esses colegas atestam que Kôtama possui a missão de YO (de unificação das religiões, etc.)→prova disso é o Goseigen????
 
Não está um pouco confuso?

 

Tudo bem que, com a repetição do plágio, tudo começa a embaralhar, mas é muito estranho que um representante de Deus, com missão divina, tenha que ser autenticado por alguma medalha, pelo papa ou por autoridade externa.


Aqui o grande problema é a seita ensinar aos seguidores que uma missão divina de grave importância tenha sido confirmada por uma outra seita, que desconfiou dela.


E que, além de tudo, o meio utilizado para a verificação tenha sido o tenjô, uma variante do tabuleiro ouija (qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel, utilizada para comunicação com espíritos) onde um bastão com um peso pendente do meio é segurado por 2 pessoas e esse peso funciona como  indicador, que vai se movendo sobre as letras do tabuleiro para formar palavras.

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma imensa baboseira


Venho apontando os pontos duvidosos do Goseigen desde algum tempo, mas gostaria de analisar aqui através do Kamimuki Sandji Explicado e os nomes de Kôtama.

 

Em primeiro lugar ele mudou de nome 5 vezes.
1.    Chûdô
Foi usado nos idos de 1949. Segundo informação existente na Internet, por essa época ele havia se tornado dirigente da Sekai Kyûsei Kyô (Messiânica) e fazia com que os seguidores da entidade o chamassem «Chûdô-san» e praticava a imposição de mão.

 

2.    Ryûdô
Usou durante 7 anos, desde 1954 e existe referência no livro do cinquentenário da entidade. Apesar de ser um período anterior à fundação da entidade é admitido oficialmente por ela mesma, inclusive o fato de que já fazia a imposição de mão.

 

3.    Kôtama
Teve apenas a duração de 2 anos, a partir de 1959. Embora fosse nome recebido na suposta primeira revelação divina, não durou muito.
Também não havia fundado a entidade ainda.

 

4.    Seigyoku
Usou durante 7 anos, a partir de 1961. Diz que foi nome recebido de um eremita chamado Ujin(na vida de Kôtama sempre aparece um eremita convenientemente).

 

5.    Seiô
Usou durante 7 anos, a partir de 1965.


Na pág. 41 do Kamimuki Sandji diz que este é o último nome e existe uma versão segundo a qual este nome foi adotado porque Kôtama havia se hospedado certa vez em um quarto de um ryokan (hotel em estilo japonês), denominado鳳凰の間 (recinto Hô-ô).

 

Penso que todos eles são revestidos de contradições e suspeitas, mas analisando apenas as circunstâncias do recebimento do nome Seigyoku, na pág. 40 do Kamimuki Sandji Kaisetsu (Kamimuki Sandji Explicado em japonês), está « em seguida recebí o nome de Seigyoku e acho que foi do eremita Ujin mas, para ser sincero, sentí muito medo em adotar o ideograma Sei, porque ele é usado nos nomes como 「聖観音」(Sei Kannon )ou 「聖徳太子」Shôtokutaishi (N do T: prefixo que indica santidade). Entretanto, a época do seu recebimento, em 1961, era uma época em que apenas 170 pessoas participavam do Taisai (Grande Cerimônia) , não tendo chegado ao ponto de usar um nome desse nível»

 

O problema aqui é que apesar do teor da suposta primeira revelação divina ser algo grandioso como o de «Céu, Terra tudo é voz de Deus.......denomina-te Kôtama, imponha a mão, o mundo se tornará rigoroso», este nome foi mudado para Seigyoku no período de apenas 2 anos.

 

Sem falar que o novo nome foi concedido por um tal de eremita Ujin, um indivíduo completamente desconhecido, do qual inclusive Kôtama não tem certeza, pois diz que «acha que recebeu do eremita».

 

Deste jeito, o tal eremita fica em uma situação acima de Deus, a não ser que esse Deus que aparece no Goseigen tenha também uma identidade duvidosa.

 

Quanto a esse eremita, na pág. 79 do livro comemorativo do trigésimo aniversário da Sûkyô Mahikari, publicado 7 anos após o Kamimuki Sandji Kaisetsu, está que o seu nome é Ujin Sennin, encarregado de orientar os yogi lá do mundo espiritual, não tendo nunca possuído corpo físico, sendo um eremita apenas do mundo espiritual.

 

Que explicação conveniente é esta, não é mesmo?

 

Existem ainda muitos outros pontos duvidosos, mas do ponto de vista de um kumitê (seguidor) pode-se afirmar que «o Goseigen é uma imensa baboseira».

 

Como kumitê, viemos nos devotando acreditando ser a voz de Deus, lendo o Goseigen, mas se este Deus é do mesmo nível de um eremita, então as coisas mudam de figura.

 

 

 

 

 

Foto da advinhação tenjô, constante no livro comemorativo do cinquentenário da SM

(do blog de Ko Heibun)

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