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Desculpas esfarrapadas

 

 

Criar desculpas para justificar a permanência na seita é um procedimento muito comum entre os kumitê.

 

Pouco tempo depois de prestar o seminário básico, a minha encaminhadora (omitibiki-oyá), Dna. Machie Seki, emprestou-me um livro sobre a peleja judicial havida entre a Kôko (Keiju, Keishu, Seishu) e Sekiguchi, com a vitória deste. Quando perguntei à Dna Machiê o motivo de Deus SU ter permitido uma disputa dessas, dando ganho de causa a Sekiguchi e não a Kôko, ela me respondeu com o princípio do Misogiharahi (purgação), dando a entender que a entidade havia sido submetida à uma provação, a fim de se fortalecer.

 

Achei que a explicação fazia sentido e nunca mais tive dúvidas sobre esse assunto, exatamente como deve ocorrer com 99% dos kumitê, que estão iniciando, cheios de esperança e fascinados com a arte mahikari. Somente com o passar dos anos, vivenciando inúmeras situações incoerentes e convivendo intimamente com os dirigentes, como foi o meu caso, é que começam a surgir as dúvidas e quase que instintivamente passamos a buscar fundamento na doutrina ou questionar os orientadores.

 

Por maior que seja a nossa boa-fé e vontade, no entanto, muitas coisas passam a não fazer sentido, à luz do próprio ensinamento,  quando apesar de a arte mahikari ter sido uma especial concessão de Deus SU para remover o carma, para proporcionar saúde, harmonia e prosperidade a todos os praticantes, mesmo os kanbu, discípulos diretos do (a) representante de Deus na dimensão física, supostamente dotados de Miizu (carisma ou proteção especial), morrem tragicamente em um acidente de trânsito, a caminho do goshingyô (servidão a Deus) ou um templo (dojô) com o goshintai (quadro divino= antena parabólica p/ recepção da luz divina) é destruído pelo incêndio.

 

Os questionamentos e as dúvidas só se dissipam quando se descobre que as revelações divinas nunca existiram e que a doutrina não passa de uma colcha de plágios, mas o mais espantoso é a reação dos kumitê (seguidores), que longe de se surpreenderem, se decepcionarem ou se sentirem traídos, aceitam tudo como uma contingência, permanecendo e perpetuando a farsa.

 

O controle da mente pode explicar esse tipo de reação, mas se considerarmos que mesmo diante de repetidos adultérios do marido, cometidos com o maior descaramento, certas mulheres permanecem com eles, alegando a existência de filhos ou incapacidade de se sustentarem, é bem possível que esses kumitê recaiam na mesma categoria de indivíduos masoquistas,sem honra ou vergonha na cara. 


 

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