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Relatos de kumitê japoneses enviados ao novo blog do Kô Heibun
(https://ameblo.jp/kouheibun/entry-12363668577.html)

De uma ex-kumitê:

 Minha mãe ingressou na Mahikari quando eu estava com 3 anos. Desde então ela se tornou uma kumitê devota, vivendo no dojô, deixando os filhos em casa.

Certo dia de inverno, cerca de 18 horas,  ela me ligou do dojô dizendo para ir lá de ônibus, junto com o meu irmão mais velho. Quando fomos atravessar uma rua sem semáforo, fui atingida por uma motocicleta. O motociclista pediu aos transeuntes para chamarem a ambulância, mas como eu havia ouvido falar mal dos médicos na Mahikari, fiquei com muito medo e fugí correndo, mesmo com ferimentos.

Ao me ver, a minha mãe ficou super contente, dizendo que conseguí escapar com ferimentos leves graças à proteção divina e logo telefonou ao papai, que não era kumitê, para vir ao dojô elevar uma prece conjunta de agradecimento.

Hoje penso sobre o absurdo da siituação, mas na época estava convencida de que Deus havia me protegido. Contudo, além de ter ataques de histeria, a mamãe costumava ir ao dojô, esquecendo-se de deixar a chave conosco, de modo que não podíamos entrar na casa até ela chegar, obrigando-nos a ficar na rua.

A nossa casa estava sempre desarrumada e suja, onde soava os gritos histéricos da mamãe e estava longe de ser uma «civilização paradisíaca terrestre», devido, provavelmente, à imensa perturbação espiritual familiar!

Fui membro do Mahikari-tai até os 28 anos, mas me dediquei movida mais pelo terror ao Batismo de Fogo e reishô (perturbação espiritual). Quando ví que sobrevivemos o século 21 sem contratempos e soube que viveriamos um cotidiano normal daqui para frente, fui acometida por uma profunda sensação de vazio. Eu não havia visualizado em nenhum momento sobre o casamento ou a vida futura devido ao imenso temor ao Batismo de Fogo.

Naquele mometo decidí me afastar da Mahikari.

 

Quando resolví fazer tudo o que queria fazer sem me arrepender, mesmo morrendo, sentí um grande alívio, mas ao mesmo tempo sentí responsabilidade sobre a minha vida.

Até então eu podia culpar Deus ou espíritos por todas as coisas desagradáveis que acontecessem comigo no trabalho, mas posso dizer que agora me sinto mais feliz. Se eu não preciso mais ir às cerimônias mensais me sobra bastante tempo. Posso me vestir bem e ir às compras  ou até mesmo estudar.

Quando deixei de ir ao dojô a minha mãe me alertou dizendo «se você não for ao dojô o seu relacionamento no trabalho irá piorar». Se fosse antes eu teria ido ao dojô fazer a imposição de mão desesperadamente, mas não sentí nenhuma preocupação nem aconteceu nada do que ela previu.

Por outro lado, é a minha mãe que tem deixado os empregos que consegue, devido aos atritos com o pessoal do trabalho.

O que eu escrevo pode soar como um lamento, mas o meu maior arrependimento é de ter vivido o meu importante período da juventude sentindo terror e receio de me divertir plenamente, tudo porque eu era devota da Mahikari.

Por isto, como o Sr. Kô (Heibun) diz, se os jovens dispõem de tempo para se devotarem na Mahikari,  devem mesmo é se divertir, estudar e namorar, tornando-se uma pessoa realmente útil à sociedade. 

De um ex-kumitê:

Ingressei na Mahikari há 30 anos atrás. 

Vou escrever o que penso sobre estas três décadas, de modo franco e objetivo.
Sou uma pessoa bastante cética, mas creio que nos 10 primeiros anos após o meu ingresso, tanto eu quanto as pessoas próximas presenciamos milagres.

Contudo, à medida que o tempo passou, os milagres não só diminuiram, como também deram lugar aos acontecimentos infelizes. Cerca de 20 anos atrás, um tôchô (algo como superintendente do comando) do Mahikari-tai teve morte instantânea bem em frente do templo SUZA, causado por acidente de carro.  Os dirigentes da época justificaram a ocorrência dizendo que ele havia se sacrificado por todos os membros do Mahikari-tai.

Há cerca de 6 anos atrás, um kumitê da província de Nara estava dirigindo afobado para participar de uma reunião no Okiyome-shô e acabou atropelando e matando um transeunte. Como o kumitê é uma pessoa benquista e bastante dedicada, esta ocorrência tornou-se um tabu e ninguém pode comentar sobre ela.

No passado os ensinamentos tinham peso e eram consistentes, sendo que o Gokeirin ou o plano divino era nos ensinado como sendo uma agenda e que a história da humanidade iria se desenvolver de acordo com ela. 

Entretanto, a partir do Sr. Kôo (Oshienushi III) tudo que era considerado intocável, como o Goseigen (revelação divina) e Miuta (cântico divino) começou a ser alterado. Quando perguntamos aos kanbu (dirigentes, orientadores) eles apenas respondem que «o plano divino mudou».

Desde muito tempo eu estava ciente da disputa judicial sobre a sucessão após a morte do fundador, que resultou na alteração do nome da entidade e do próprio goshinmon, mas foi um choque saber que mudaram até o goseigen e o miuta.

E o que dizer das constantes investidas na política, do recolhimento dos goshintai e das revistas Mahikari, que supostamente deveriam aumentar de número e da redução do número de omitibiki (encaminhamentos), como condição para assistência aos seminários intermediário e superior?

Tudo o mais que for inconveniente será justificado como «mudança no plano divino»?

Francamente, a Mahikari me parece ter se tornado mesmo uma seita como as outras!


Ou não passava de mais uma seita, desde o início?

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