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SUKYO MAHIKARI – Aprendendo a Dançar Conforme a  Música

Sou Wânia Reis Galvão Elias e após meditar e ponderar,decidí escrever este relato em resposta às perguntas de várias pessoas.


A resposta a todos estes questionamentos é bem simples: diante de todas as publicações convincentes que acessei na Internet e posterior checagem em outras fontes, pesquisas essas que comecei a realizar de forma independente, cheguei à seguinte conclusão: “Como, diante de tantos fatos apurados, eu poderia continuar colaborando no esquema de iludir pessoas?”


Este é também um apelo à consciência daqueles que sei que conhecem estes fatos, mas têm receio ou motivos pessoais para permanecerem nesta seita.


Fui membro da seita por trinta e cinco anos, de 1981 até 2016.
Desde o início estudei, pratiquei a imposição de mão e esforcei-me em executar tudo, de forma sincera. Creio que todos concordarão que uma jovem de dezoito anos em 1981 era muito diferente de uma jovem de dezoito anos da atualidade.
Fiquei, literalmente, encantada com tudo o que me foi apresentado nos seminários.  Passei a aceitar tudo sem questionar, até setembro de 2016, sem nunca duvidar  e até me cobrando o que não conseguia praticar.


A cada dúvida ou dificuldade recorria aos ensinamentos nefastos, para encontrar resposta e justificativa. Sei que nesta era da internet , onde se tornou possível obter todo  tipo de informações em tempo real, é difícil alegar desconhecimento ou concordar cegamente com qualquer coisa, contudo isto pode perfeitamente ocorrer com alguém que veio praticando os mandamentos da seita por três décadas, tornando-se seu escravo.  A simples leitura do relato de Evaldo Colossi Elias, meu marido, pode atestar o que estou dizendo.


De início, ao tomar conhecimento do que está publicado em vários sites eu não acreditei, preferindo aceitar a versão dos dirigentes pérfidos, mas ao me libertar da Escravidão Mental que nos é imposta, conseguí ver que lá nos é feito um Controle Mental ou, em palavras mais condizentes com o Século 21, uma PNL - Programação Neurolingüística.


Algumas pessoas podem até considerá-la algo positivo, sem se darem conta de que a programação pode fragilizar a pessoa, tornando-a vulnerável para golpes como o aplicado pela seita.


Sei que muitos dirão que Yoshikazu Okada  não poderia ter tido acesso a estes conhecimentos em 1959, mas peço que façam uma recapitulação mental: “Yoshikazu Okada era um militar e os militares têm acesso a muitas informações e descobertas, muito antes dos civís”. Certamente isto não é mau, pois muitos dos confortos e conhecimentos  que desfrutamos atualmente devem-se a pesquisas feitas décadas atrás,pesquisas que foram feitas com objetivos militares.


A própria internet surgiu em plena Guerra Fria como uma das formas das forças armadas norte-americanas de manter as comunicações em caso de ataques inimigos, que destruíssem os meios convencionais de telecomunicações.


Muitas pessoas poderão dizer que não tenho conhecimento suficiente sobre a seita. Fui dirigente com treinamento no Brasil e no Japão, tendo contato com ensinamentos que os dirigentes locais nem sonham em obter e que provavelmente não estão mais sendo transmitidos nos treinamentos de alguns anos para cá, o que capacitaria os novos dirigentes a fazerem uma comparação entre o que era dito no passado e o que está sendo repassado no presente.


Digo isto porque sempre me devotei no estudo dos ensinamentos, tanto mensais quanto os antigos e após deixar a seita constatei que de 15 a 20 anos para cá, certos dirigentes enviados do Japão para a América Latina começaram a chamar de dinossauros os kumitê veteranos, que faziam observações dizendo: “no meu tempo era assim”, considerando desrespeitoso o que os outros achavam engraçado.


Descobrí que isto ocorre porque os donos da seita vivem dançando conforme a música. Sendo um negócio, precisam se adaptar às tendências do mercado da fé.  
Na realidade, não há interesse em que os membros conheçam e pratiquem  os ensinamentos. Conforme os anos foram passando e as conveniências foram surgindo, foram sendo feitas alterações, algumas bastante sutís, porém perceptíveis para os kumitê estudiosos e devotados, que não conseguem ficar calados.


Contudo, como muitos conhecimentos privilegiados que os Okada e seus vassalos tiveram acesso no passado hoje são de domínio público, perderam a credibilidade como revelações e assim, era necessário criar outras  “revelações saídas do forno”.


Um procedimento que, desgraçadamente, vem a esbarrar em dois princípios de grave importância dentro da seita, segundo os quais somente Kôtama poderia receber as revelações divinas, como representante do Deus Yonimasu Oomatasukami na Terra e que todos os ensinamentos transmitidos por ele devem ser repetidos «como papagaios», sem alterar uma vírgula. Por mais bizarro que possa parecer, como afirmar que «o corvo é branco».


Muito provavelmente por causa dessas regras de ferro, que os dirigentes atuais certamente devem desconhecer , as «alterações» efetuadas nos ensinamentos originais são feitas em surdina, dando-se conhecimento a apenas algumas pessoas, fazendo com que as demais passem constrangimentos, ao se atreverem a fazer as retificações.


Com isto, “matam-se dois coelhos com uma só paulada”, fazendo com que os kumitê se rivalizem entre sí , enquanto vão introduzindo as alterações, nesse clima de antagonismo e confusão.


Vejo hoje como fui crédula, procurando saber o que havia ocorrido, para poder fornecer explicações aos kumitê confusos, imbuída do sentimento de cumprir a minha missão na vida, de  “encaminhar os cegos para a Luz”. Deus, como uma pessoa pode ser tão ingênua!
Não há mais nenhuma dúvida de que esta seita foi, desde o começo, um “Plano de Negócios”, montado sobre uma compilação de várias doutrinas e práticas existentes, colocando-se acima de tudo, auto-denominando de sukyo, com o único objetivo de usurpar  a vida, o dinheiro e o precioso tempo de seus membros, enganando-os com conceitos como os que cito a seguir, para mantê-los sob controle:


Proibição da Meditação - Sempre aceitei o fato de que aos praticantes não é recomendada a meditação , que é proibida aos dirigentes.
Apesar de os benefícios da meditação serem validados pela ciência através de inúmeros estudos, principalmente a partir dos anos 60 e sendo adotada por atletas de alta performance e empreendedores, por qual motivo a seita é contra ela?


Não sou especialista no assunto, mas um ponto em comum é que a meditação faz a pessoa se tornar auto-consciente e uma das pesquisas diz que boa parte de nossas vidas estamos ausentes dela, pensando em outras coisas, desconcentrados de tudo.


Nós vivemos off-line de nossas vidas e a meditação nos faz viver com os pés no chão, nos faz pensar antes de agir, nos leva a ser protagonistas de nossas vidas, enquanto que a dedicação à seita nos absorve, ao ponto de torná-la a nossa razão de viver.


A verdadeira Salvação é a Espiritual e não Material – Com esta orientação, a Mahikari rejeita frontalmente a máxima do Espiritismo Kardecista que é «Fora da Caridade Não Há Salvação».
 “Providencialmente”, ganhei “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que teria jogado fora como kumite, mas resolví ler e então entendi a causa do Clã Okada rejeitar  a caridade e o espiritismo.


Kôtama parece ter extraído inúmeros trechos dali, pois  há explicações inteiras semelhantes, com a exceção da máxima Kardecista: “Fora da caridade não há salvação”. Existem outras orientações que seriam bastante inconvenientes para a seita, induzindo os kumite a refletirem, mas gostaria de lembrar a citação de Chico Xavier dizendo que se Allan Kardec tivesse dito que fora do Kardecismo não haveria salvação, ele não o teria seguido.


Ora, além da Mahikari pregar que fora da seita não há salvação, a sua postura diante da caridade é bastante ambígua. Se no passado rejeitava a idéia de caridade, por não proporcionar a salvação espiritual, mas apenas um alívio momentâneo do sofrimento terreno, que tem origem no carma, este discurso também se alterou com o tempo, como podemos ver na «ajuda humanitária» citada no site da seita, o que é uma dupla contradição, primeiro porque a ajuda que a seita diz fazer não sai do próprio cofre, mas do bolso dos kumitê e segundo porque a seita, agindo deste modo, está impedindo a purificação espiritual dos kumitê, já que a doação para «as vítimas do terremoto» por exemplo, não é agradecimento( oblação).
Por sinal que, no quesito caridade, encontrei alguns links bastante estranhos que gostaria de compartilhar:


http://www.buscaoficial.com/c/diario/cH3B8saKg/
Trata-se disto:
904256855 Concessão de registro
Titular: SUKYO MAHIKARI DO BRASIL [BR/SP]
Data de depósito: 17/11/2011
Apresentação: Nominativa
Natureza: Marca de Serviço
Elemento nominativo: SUKYO MAHIKARI
SUKYO MAHIKARI
NCL (9): 36
Especificação: CAPTAÇÃO DE FUNDOS PARA CARIDADE; CRÉDITO EDUCATIVO;
CONCESSÃO DE BOLSAS DE ESTUDO;
Procurador: SILVIO LOPES & ASSOCIADOS LTDA - (NOME ANTERIOR FERNANDO MARCHETTI)

Em data posterior encontrei este:
https://www.jusbrasil.com.br/diarios/90580327/rpi-marcas-28-04-2015-pg-2190
que se trata disto:
Titular: SUKYO MAHIKARI DO BRASIL [BR/SP]
Procurador: SILVIO LOPES & ASSOCIADOS LTDA - (NOME ANTERIOR FERNANDO MARCHETTI)
904384110 Arquivamento definitivo de pedido de registro por falta de pagamento da concessão


Em primeiro lugar, que caridade será esta? A Mahikari já fez alguma caridade na América Latina? Será que os dois documentos tratam do mesmo assunto? Será que a Mahikari arrependeu-se por causa de uma repercussão negativa? De que realmente se trata isto?
Ou será que pelo fato de a Mahikari ser considerada Utilidade Pública Federal, Estadual, em vários estados brasileiros e Municipal em várias cidades do País, estaria isenta da necessidade do registro acima?


Fiz também uma pesquisa sobre os benefícios de ser Utilidade Pública:
www.febraeda.org.br/site/wp-content/.../BENEFÍCIOS-UTILIDADES-PÚBLICAS.doc
Pergunto: após a leitura sobre a Utilidade Pública, é  justo despender o dinheiro do imposto pago pelo povo brasileiro para financiar a vida dos donos desta seita e de seus dirigentes cúmplices?


Nunca é demais lembrar que os ditos agradecimentos (oblações) que os kumitê fazem, em sua maior proporção vão para a sede matriz, deixando as sedes regionais  entregues à própria sorte, ou seja, ao sacrifício dos kumitê locais.


Se são os membros da seita que, ao final, são onerados, pagando tudo, não seria um verdadeiro abuso da parte dos dirigentes da seita utilizarem os kumitê influentes para envolverem políticos e auferirem mais benefícios como Utilidade Pública?
Até onde está seita irá chegar?


Gostaria de finalizar convidando todos a pensar.  Durante 35 anos ajudei a iludir os outros e a mim mesma, certa de estar contribuindo grandemente na salvação do mundo e do próximo.
Se as pessoas desejam fazer caridade, ajudar realmente o próximo, existem infinitas opções. Pensar globalmente e agir localmente creio ser uma ação muito mais frutífera e real.
Que Deus abençoe à todos para realizarem escolhas sinceras, mas corretas.




 

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