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Reações diversas

As técnicas de persuasão ou de reforma mental, como vimos, são, de certa forma, mais eficazes do que as de lavagem cerebral, porque, ao contrário desta, a vítima é convencida da legitimidade ou da verdade do que lhe é transmitido, chegando a abraçar a idéia e lutar por ela.

 

Contudo, alguns estudos provam que a personalidade individual, a sugestionabilidade, os pontos fortes e fracos no aspecto genético, fisiológico e psicológico, as diferenças e as experiências de vida podem funcionar como fatores decisivos nessa questão de recrutamento para os movimentos sectários prejudiciais.

 

Essas variáveis interagem com o grau de severidade, consciência e abrangência das práticas coercitivas do grupo. Todos esses fatores determinam a eficácia do programa e o grau de dano causado às suas vítimas.

 

As pessoas recrutadas para grupos destrutivos pensam que estão fazendo algo muito diferente, benéfico ou importante. Sendo assim, qualquer pessoa pode ser recrutada, dependendo do discurso do "vendedor" e suas condições de vida no momento. Todas as pessoas são vítimas em potencial, mas a conscientização e o conhecimento permitem maior controle e prevenção desse perigo aleatório.

 

Observa-se, com frequência, que a maioria dos envolvidos não possui a informação e o aconselhamento necessários para combater o controle da mente e a indução de fobias que recebem na seita, de modo que a informação torna-se importante para a identificação da razão da denúncia e a terapia ajuda no fortalecimento mental para denunciar.

 

Muitos ex-membros , principalmente os que permaneceram mais tempo ou ocuparam cargos mais altos, sentem dificuldade em admitir que foram totalmente enganados e falar sobre o que sabem, porque a idéia de terem sofrido manipulação ao ponto de fazê-los pensar que agiram voluntariamente, ou seja, a perspectiva de não poder confiar em suas próprias decisões e percepções da realidade é assustadoramente próxima ao pior terror:  a insanidade.

 

Juntamente com outras táticas, as seitas deliberadamente implantam em seus membros mecanismos de autodefesa, manutenção do segredo e justificativa, para que a organização pareça sempre legítima e os seguidores confusos ou equivocados, e nesse processo os membros ludibriados custam a aceitar a realidade, mesmo diante de provas irrefutáveis, tornando-se, assim, vítimas sem consciência da própria situação.

 

Por outro lado, ex-membros com suficiente experiência e conhecimento da seita, temem as consequências para os desertores e famílias de desertores que denunciam. Assim, acham que não vale a pena se expor, esperando que os outros tomem a iniciativa de denunciar a organização, que causa tanto malefício à sociedade. Outros estão tão traumatizados que sequer desejam ouvir falar dela.

 

Diz Shingo Takahashi, psicanalista japonês, que devotar-se em algo como a imposição de mão proporciona uma sensação de grandeza, e mesmo aqueles que se consideravam medíocres sentem que através da Arte Mahikari podem ser úteis e serão reconhecidos, o que os torna felizes e motivados.

 

Enquanto pertencerem à seita se sentirão ardentes, obtendo até prazer. Salvar os outros ou integrar um grupo é como estar enamorado, de modo que a perspectiva de deixar a seita causa uma sensação de perda, de vazio, não havendo mais razão para viver.

 

Este raciocínio nos conduz ao outro lado da vertente, onde gravita a figura do místico, fundador dos movimentos sectários.

 

 

 
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