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Ômoto-kyô


O  Ômoto-kyô  deu origem a vários movimentos denominados Shinkô Shûkyô (Nova Religião) no Japão,mas o próprio Ômoto-kyô, que se auto-denomina «ensinamento da grande origem», derivou de um outro movimento sectário chamado Konkô-kyô (algo como ensinamento da luz dourada), iniciado por Bunji Akazawa, em 1859. 

No Konkô-kyô, de linhagem xintoísta,  louva-se a divindade Konjin, uma entidade Tatari-gami (Deus da maldição), que foi transformado por Bunji Akazawa em Tenchi Kane-no-kami (algo como Deus do Ouro do Céu e da Terra), afirmando ser este o «Deus salvador da humanidade».

Relação do Konkô-kyô com o Ômoto-kyô

Nao Deguchi,fundadora do Ômoto-kyô, perdeu o marido quando estava com 51 anos e com 8 filhos para criar, passou a viver precariamente até os 57 anos  quando supostamente foi apossada pelo espírito do Deus Ushitora, passando a adotar um comportamento estranho.

Alarmados, os familiares e parentes encarceraram-na numa espécie de cela, onde ela passou a rabiscar as revelações divinas nas paredes da cela com um prego, iniciando o fenômeno conhecido como Fudesaki.

Mais tarde, ela começou a proferir orações para curar os enfermos e quando alcançou popularidade, foi procurada por um preletor do Konkô-kyô, que trazia uma proposta de abertura conjunta de uma igreja, criada em 1894.  A igreja, cuja divindade principal era um misto do grande Deus Konkô e Deus Ushitora, foi sendo expandida com base na cura de doenças, mas quando um dos preletores do Konkô-kyô manifestou dúvidas em relação ao Deus Ushitora e ao Fudesaki, Nao Deguchi afastou-se dele , indo fundar a sua própria igreja, que venerava o Deus Ushitora.

Entretanto, ao deixar o Konkô-kyô, que era uma entidade oficializada e reconhecida, Nao Deguchi perdeu um pouco de credibilidade e ela começou a procurar alguém que pudesse sistematizar o seu ensinamento, transmitindo, de modo compreensível, os significados do Deus Ushitora e do Fudesaki para a população, já que o analfabetismo a impedia de realizar o intento.

Nao e Onisaburo

Por esta época ela foi procurada por um indivíduo chamado Kisaburo Ueda, que mais tarde trocaria o nome para Onisaburo Deguchi e que, além de ser especializado em cura de enfermidades, era um Saniwa (pessoa que identifica a natureza maligna ou benigna da divindade que se apossa nas pessoas).

Assim nasceu o Kinmei Rei Gakkai (algo como Associação Acadêmica Espiritual Kinmei) em 1889, como uma forma de legalizar o movimento e a expansão.
Em 1900, Nao nomeou a sua quinta filha Sumi como sua sucessora, fazendo-a contrair núpcias com o Kisaburo, a quem adotou como filho. Dois anos depois nasceu a filha do casal, que se tornou a terceira na linha de sucessão de Nao e nessa ocasião, Kisaburo resolveu trocar o seu nome para Onisaburo.

A partir de 1997, Onisaburo se tornou o administrador principal da entidade, alterando a sua denominação para Kodô Ômoto, passando a editar os Fudesaki da Nao e angariando um grande número de seguidores.

Criação de Onisaburo

O fato do Ômoto-kyô possuir dogma, ao contrário do Konkô-kyô, é devido à essa colaboração do Onisaburo, que possuía um bom tino administrativo, mas existem algumas contradições em relação ao Fudesaki, considerado como a manifestação da vontade divina.

Segundo a entidade, o primeiro Fudesaki foi concedido a Nao em 1892, mas o relatório da investigação realizada pela polícia de Kyoto em 1919, revela que não foi encontrado nenhum Fudesaki original. Inquirido sobre isso, Onisaburo respondeu que não havia nenhum Fudesaki manuscrito porque, na realidade, ele havia escrito e editado o conteúdo do Fudesaki publicado, com base no que ele havia ouvido da Nao.

 

Ou seja, o Ômoto Shinyu, que é a Bíblia da seita, nada mais é do que produto da criação de Onisaburo, não sendo nenhuma manifestação da intenção divina.

Ensinamento furado

Perguntado, certa vez ,sobre a assistência pré-natal, Onisaburo respondeu:
«Claro que é necessário. A gestante deve manter o seu quarto limpo, pendurando na parede um quadro bonito para ter um filho bonito. Tem que tomar cuidado, porque quando a gestante vê um incêndio, o bebê nasce com manchas na pele».

Este tipo de afirmação mostra o nível de mentalidade do indivíduo considerado Salvador, Miroku.Como é possível alcançar algo acreditando-se num indivíduo desses?

 

Vejam bem que o grande objetivo da seita é a reconstrução do mundo, que se encontra às vésperas da destruição e executar o plano de edificação do mundo de  miroku, da paz infinita. Para tanto é que foi designada a Nao Deguchi, sendo Onisaburo Deguchi considerado o próprio Deus Su da salvação e Miroku-samá!

 Possuído (a) pelo  espírito divino

Uma das características dos movimentos sectários é a possessão do espírito divino no fundador, que passa a ditar as mensagens divinas.

A psiquiatria denomina esse sintoma de «alucinação possessória», considerando-o um tipo de esquizofrenia, onde o paciente perde a individualidade.

Se algum membro da família fosse acometido desse sintoma e passasse a declarar que «recebeu uma revelação divina» geralmente os familiares, preocupados, o encaminhariam a um hospital psiquiátrico.

Entretanto, os seguidores dos movimentos sectários são pessoas que acham não só normal, mas maravilhoso alguém ter recebido a revelação divina.
O procedimento dos familiares de Nao Deguchi, que a encarceraram numa cela, quando ela começou a manifestar esse sintoma é, assim, perfeitamente compreensível para a época.

Da mesma forma, uma religião ou seita originada de uma alucinação de um esquizofrênico (a) não é digna de crédito, sendo impossível obter-se qualquer benefício através dela.

Fonte:  Hyakka Ryouran (site especializado nos movimentos sectários)
 

 Médium Nao Deguchi

Onisaburo Deguchi, genro de Nao

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