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Manobras intencionais

O primeiro exame de testemunhas ocorreu em 5 de dezembro de 1974. Compareceram ao tribunal Sekiguchi, juntamente com os diretores seniores Kaneko, Kudo e Uematsu como testemunhas. No lado oposto estavam Kôko Okada, acompanhada do chefe do bureau, Yamamoto, diretores seniores Tomomori e Arima, diretor junior Tomita e outras testemunhas.

 

O depoimento de ambas as partes foi ouvido ao longo de várias sessões, que se estenderam até 10 de abril de 1975. Enquanto as testemunhas do lado de Sekiguchi relatavam a progressão dos eventos assim como eles ocorreram, as do lado de Keiju Okada desvirtuavam os fatos, em uma clara tentativa de encobrir o que havia ocorrido até àquela data, apresentando versões contraditórias e inconsistentes.

 

Na declaração inicial Kôko Okada alegou a própria fadiga física como causa da transmissão equivocada e alguns diretores elaboraram e apresentaram um documento, onde diziam ter assinado o papel de confirmação da nomeação sem prévia verificação.

O julgamento, que indeferiu a apresentação do memorando descoberto, considerou de grave importância o anúncio inicialmente feito pela Kôko Okada, enfatizando o fato de que, apesar de ter tido a oportunidade de correção ela não a havia feito em tempo hábil, apontando a contradição existente na sua alegação.

A decisão do tribunal de 24 de julho de 1975 reconheceu o cargo de diretor representante de Sekiguchi, mas não reconheceu a urgência em preservar o cargo ou suspender o seu exercício, dando ganho de causa à Keiju Okada, o que fez com que Sekiguchi apelasse ao Supremo Tribunal de Tokyo. Em 24 de fevereiro de 1977, o tribunal acolheu o pedido de preservação do cargo de diretor representante de Sekiguchi, suspendendo o exercício do cargo pela Keiju Okada em 30 de março do mesmo ano.

Enquanto isso, no início de agosto, os procedimentos do processo principal de confirmação da posição de Oshienushi Segundo foram levados a efeito na Corte Distrital de Tokyo.

Em  24 de fevereiro de 1977, o Tribunal Distrital de Tokyo  proferiu o acórdão sobre o processo principal, com o seguinte teor:

"Reconhece-se que em 13 de junho de 1974 Sakae Sekiguchi recebeu a designação, pelo Oshienushi  Primeiro, como o Oshienushi Segundo. Está claro que Keiju Okada não recebeu a designação como  Oshienushi Segundo. Assim, em conformidade com o artigo 6 º da Sekai Mahikari Bunmei Kyodan, confirma-se que Sakae Sekiguchi ocupa a posição de Diretor Representante da Sekai Mahikari Bunmei Kyodan ".

Insatisfeita com essa decisão, Keiju Okada apelou ao Tribunal Superior de Tóquio, mas em janeiro de 1982, vendo que o prazo para a decisão sobre o caso se aproximava, entrou com uma petição de "arbitragem". Ocorre que o lado da Keiju Okada estava plenamente consciente de que as suas afirmações eram baseadas em falsidade absoluta, havendo o risco de sofrer uma derrota legal no tribunal, mais cedo ou mais tarde. Com base nesse entendimento é que repetidamente solicitou a "arbitragem"ao tribunal.

Para tanto, um total de quatro aplicações para arbitragem foram submetidas ao Tribunal Distrital e ao Supremo Tribunal sem sucesso, devido às condições do lado de Okada. De fato, dos oito anos que este caso requereu, cerca de quatro anos foram gastos em tal arbitragem. Revendo o caso  hoje, percebe-se que as petições de arbitragem foram tentativas da parte do lado Okada para ganhar tempo, sem nenhuma intenção de chegar à uma solução dessa forma.

Como prova disso, Keiju Okada apressou-se em registrar uma outra entidade, sob o nome de Sûkyô Mahikari, em junho de 1978, ocultando o fato aos seguidores da Sekai Mahikari Bunmei Kyôdan, que migraram para a SM levados pelos Dojô-chô, que juraram fidelidade à Keiju Okada e transferiram os seus kumitê para a nova entidade, sem lhes dar chance de escolha.

Assim sendo, apesar de ser a parte que havia solicitado a arbitragem, Keiju atrasou a apresentação das condições  por vários meses, ao final dos quais surpreendeu até o juiz  pelo seu conteúdo hipócrita e quando finalmente chegou à fase da assinatura, violou o compromisso de comparecer em juízo por três vezes e acabou por rejeitá-la.

Essa  espécie de tática descabida foi repetida inúmeras vezes e de tal modo  que irritou não apenas a outra parte, como também o próprio juiz, que fez então uma proposta de conciliação e Keiju Okada aceitou-a na íntegra.

Em 10 de julho de 1982 foi assinado o acordo entre as partes, que previa a proibição de uso, da parte de Keiju Okada, da denominação Sekai Mahikari Bunmei Kyodan, do distintivo goshinmon e das instalações existentes, além da determinação de que cada uma das partes passasse a expandir o ensinamento de modo independente.

Devido a essa condição do acordo, o goshinmon da SM não pôde manter o seu formato, a fim de ser diferenciado do distintivo original pertencente à SMBK.

O registro de diretor representante da SMBK feito pela Keiju Okada foi anulado e o registro do cargo de diretor representante de Sekiguchi foi efetuado em 22 de julho de 1982.

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