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(O relato abaixo é um clamor contundente de um kumitê japonês, forçado pelos pais a ingressar na Mahikari, quando ainda era criança, que é uma característica desta seita, a fim de manter escravizados todos os membros de uma família, sob a alegação de que, para purificar o carma da família é preciso que todos se tornem kumitê (seguidor). O esquema, evidentemente, funciona para a seita, pois arrebanhará mais mão-de-obra e dinheiro, porém para a família presa nessa armadilha, além da desestruturação completa, pode resultar em dano psicológico e físico como neste caso)

 

Jovens, não desperdicem o tempo precioso na Mahikari!

 

Relato de kumite japonês de segunda geração, postado em novembro de 2015 no blog do Ko Heibun

 

 

Os meus pais são fanáticos e fui obrigado a seguir a Mahikari desde os meus 10 anos.


O meu pai é viciado no patinko (pin-ball game) , vive endividado, dizendo «isto é Misogi (resgate do carma)».
Na minha época de estudante frequentava o dojô (templo da seita) , fazia bicos para ter algum dinheiro e sofria bullying na escola, mas nunca tive assistência do dojô , onde me massacravam dizendo (é turvamento!, precisa fazer geza (ser humilde)! é o espírito perturbador!, etc.) e tornei-me uma pessoa eternamente  desconfiada dos outros.


Mesmo hoje não consigo confiar nos outros e fora de casa só consigo me abrir com estrangeiros que desconhecem a Mahikari ou com animais. Em relação à Mahikari, sou privado de liberdade de expressão graças aos pais fanáticos (se começo a argumentar eles chegam a me agredir) e é como se vivesse na Coréia do Norte.


Como sempre entreguei todo o salário do meu trabalho para os meus pais, não tenho como sair de casa e me tornar independente.
Os meus pais oferendam o salário à Mahikari e acabei nem tendo a chance de casar e já estou quase velho. Na verdade, graças à Mahikari e à minha família, sou incapaz de me afeiçoar a alguém, muito menos conversar olhando nos olhos de uma outra pessoa.


Quando a minha mãe faleceu de câncer no pâncreas, vieram aplicar o okiyome, mas obviamente não funcionou.
Disseram-me:  «é turvamento!», «faça o geza!», obrigando-me a frequentar o Dojo e fazer muitas oferendas.


Uma vez cheguei a dar 300 mil yens, por conta de colaboração para uma suposta hidreelétrica (NdoT: em que a seita estava envolvida).


Pois é.................quando prestei o seminário básico era criança, mas se não me engano disseram que as doenças eram curadas, não é? Mesmo fazendo tantas oferendas, parece que o turvamento nunca foi purificado!
É muita contradição................seus golpistas!!! Afinal se trata de dinheiro, não  é mesmo?!


Sei dizer que a descrença explodiu dentro de mim.
Além de fazerem uma colagem de doutrinas do budismo e shintoísmo, ainda proibem o uso de certos termos como o «zôni»(denominação de um prato típico do ano novo japonês, feito com bolinho de arroz glutinoso e caldo de shôyu), obrigando-nos a trocar o termo para «motini (cozido de moti)», ou seja, contestam até termos tradicionalmente usados no Japão.

 

O treinamento de verão que participei no passado foi o cúmulo. Tivemos que levar kanpan (espécie de alimento para situação de emergência) e comer um curry feito por crianças sem nenhuma noção de culinária, usando hashi (talher japonês) sujo. Pagamos caro para passar por um treinamento de sobrevivência.


Se fossemos crianças normais, estariamos participando de atividades extra-curriculares na escola, indo passear com os pais, gozando férias!....


Quando ia visitar os meus avós, os meus pais me alertavam severamente dizendo «não diga nada sobre a Mahikari!» e se falasse algo me puniam fisicamente. Uma vez me bateram e cheguei e sangrar pela boca.
Mas disseram que o okiyome iria curar. Um absurdo!。


O sofrimento emocional pelo que passei nunca será apagado. A minha avó dizia para mim «Não sei como você está aguentando» e eu queria gritar «me ajude! me ajude!».


O meu avô disse-me certa vez «Este dinheiro não é para ser usado pelo seu pai. Fiz um grande esforço para poupar este dinheiro para o meu neto». Acho que ele sabia o que estava acontecendo.


Agora que a minha mãe faleceu, sinto que a corrente que me prende está para ser rompida. Quando o lado do meu pai for solto, estarei livre. A minha mãe teria sido uma mãe ideal, se não fosse a Mahikari. Quanto ao meu pai, não posso dizer nada.


Uma vez a hossa (assistente) de nome Ozawa ou Aizawa do Dojô Superior de Hyôgo, fez uma referência muito constrangedora ao meu passado e me deixou muito mal. Não posso revelar aqui, mas cheguei a pedir para ela «Por favor, não fale mais sobre isso». Tive vontade de acabar com a velha, de tal modo que ela me enraiveceu!


Atualmente ainda vivo com o meu pai, aguentando o seu fanatismo, mas quando tiver poupado o suficiente sairei de casa e irei morar no interior com o meu cachorro, para recuperar a minha juventude e dinheiro desperdiçados.


Gostaria de dizer para os jovens para não desperdiçarem o tempo precioso na Mahikari. Basta ver essa seita para saber que o Japão está em crise.Se você tem tempo e dinheiro para despender na Mahikari, aliste-se no Jieitai (Força de Defesa Nacional). Tenha consciência política e participe da eleição. Pratique atividade extra-curricular e namore bastante. Faça amigos e converse com eles. Use o dinheiro para viajar aos paises amigos do Japão e aprenda sobre as suas religiões e história.


Obtenha uma visão ampla para aprender sobre o Japão e zelar pela sua cultura.


O ensinamento da Mahikari é cheio de contradição, colocando em risco inclusive a liberdade de expressão, perceptível até mesmo por pessoas sem nível superior como eu.


Portanto estude, aprenda e saiba separar as informações úteis das prejudiciais.

 

Desejo sinceramente que não aumente mais famílias e indivíduos explorados e  completamente destruídos por seitas, como a Mahikari.

 

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