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Desdobramentos

Um registro de falsa  nomeação do Diretor Representante da entidade foi então feito secretamente em nome de Kôko (Keiju) Okada no Cartório de Registro Ômori.


Antes disso, em 1º de julho, uma eleição mútua foi arbitrariamente levada à efeito por quatro dirigentes da entidade – Kôko Okada, Yamamoto, Tomomori e Okamoto - com Kôko Okada sendo apontada como Diretora Representante e o registro desse fato sendo feito secretamente.

 

Esse registro contrariava o anúncio feito anteriormente em 25 de junho, na presença dos diretores junior e senior da sede e dos shidô-butyo, pelo qual Sekiguchi foi nomeado Oshienushi Segundo por ordem divina, com o "Omitama do Oshienushi Segundo" sendo lhe entregue na manhã seguinte. Como tal, esta foi uma ação ilegítima, que efetivamente anulou a vontade do primeiro Oshienushi, indo contra o previsto no artigo 6 º do Regulamento da Sekai Mahikari Bunmei Kyodan, que dizia: " O Diretor Representante será nomeado pelo Oshienushi" .

 

A ação tomada pelos quatro dirigentes da entidade não foi apenas incompreensível, como também flagrantemente sem razão. O procedimento foi um ato de traição e efetivamente estabeleceu Kôko Okada como o Oshienushi Segundo sob um fundamento jurídico distinto da ordem divina e criou a base para a disputa judicial.

 

Ocorreu que Keiju Okada, que mais tarde viria a fundar a Sûkyo Mahikari (SM), não possuía o conhecimento necessário para conduzir uma entidade religiosa, nem mesmo conhecimento teológico, o que a fez sentir-se extremamente insegura e temerosa diante da morte inesperada de Kôtama, de modo que não foi difícil para os kanbu superiores convencerem-na do plano de sucessão arquitetado por eles. Por esta razão, os ensinamentos proferidos nas cerimônias mensais e Ohoharai-sai não são de sua autoria, mas de Kôya Okada, ex-Odairi e hoje Oshienushi Terceiro, que desde essa época atuava como redator fantasma das mensagens lidas mecânicamente pela Keishu (Oshienushi-Sama), pararelamente à mis-en-scène de reproduzir a fita cassete da voz de Kôtama Okada.

 

De qualquer modo, Keiju Okada e Sakae Sekiguchi, que era até então o braço direito (sócio majoritário) de Kôtama, tendo feito grandes contribuições em dinheiro à entidade, passaram a se declarar e se considerar cada qual o Oshienushi Segundo até Sekiguchi decidir processar Keiju, reclamando para si o direito de sucessão. 

 

Após quase uma década de duelo judicial, em 1982, o juiz deu ganho de causa a Sekiguchi, enquanto Keiju criava a Sûkyo Mahikari (SM), acontecendo a primeira cisão dentro da entidade.

 

Do ponto de vista legal, Sekiguchi é o legítimo sucessor de Kôtama, com direito ao legado espiritual deixado pelo fundador, onde se inclui a arte Mahikari e o Shinri Seihô ou o ensinamento e a revelação divina. Isto significa que a Sûkyo Mahikari plagiou ou se apropriou indevidamente da arte Mahikari, do ensinamento e da revelação divina concedidos à Sekai Mahikari Bunmei Kyodan, o que faz com que o templo Suza da Sûkyo Mahikari, localizado em Takayama, não passe de uma imitação do Suza da Sekai Mahikari Bunmei Kyodan, localizado em Shizuoka.

 

Pela lei, o uso do goshintai com a grafia original de Kôtama, bem como do símbolo «chon» aposto na papeleta colocada dentro do Omitama, não são permitidos à Sûkyo Mahikari, que lançou mão do expediente de usar cópias dos mesmos, fato este mantido em segredo dos kumitê em geral.

 

Relembrando hoje o caso Mahikari, e pela leitura das transcrições do processo, percebe-se claramente que Keiju e seus cúmplices, através de sucessivas renúncias e demissões do seu representante legal, retardou deliberadamente o processo, agindo desonestamente, como violar, no último instante, o requerimento de arbitragem feito ao Tribunal Distrital de Tokyo, polemizando desnecessariamente, com o intuito de conturbá-lo.

 

Além dessas manobras, antes dos julgamentos da liminar, prevendo a derrota na decisão judicial , Keiju cometeu o crime de ocultação de bens, transferindo o dinheiro da entidade, no valor de 3 bilhões e 100 milhões de yens, para uma conta de titular fictício e depositou 230 milhões de yens na conta de funcionários, sob a alegação de pagamento da aposentadoria (que na época não havia na entidade).

 

Após a decisão preliminar, Keiju e seus cúmplices, mesmo tendo deixado a Sekai Mahikari Bunmei Kyodan, ocultaram o fato aos kumitê, desviando o dinheiro da oferenda destinada à construção do templo da Sekai Mahikari Bunmei Kyodan.

 

Em 5 de junho de 1978, Keiju criou  uma outra «entidade religiosa Mahikari» e, aproveitando-se do desconhecimento dos kumitê e sob a alegação de revelação divina, fez com que acreditassem que a Sekai Mahikari Bunmei Kyodan havia evoluído, encaminhando-os habilmente para a outra entidade religiosa Mahikari.  Desobedecendo também à decisão da justiça, continuou na posse dos Dojôs da Sekai Mahikari Bunmei Kyodan até a conciliação.

 

Embora Sekiguchi seja considerado uma  vítima nesse caso de falsidade ideológica, a verdadeira vítima talvez sejam os kumitê, mantidos na ignorância e na fraude através de um truque bem elaborado por Keiju e seus cúmplices, muito embora tenha havido uma verdadeira debandada de kumitê à época, desconfiados e desiludidos diante dos acontecimentos. Os que permaneceram dividiram-se entre a entidade original e a cópia, rivalizando-se e criticando-se mutuamente até os dias atuais.

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