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O caso da buntai-chô M

 

Por Ko Heibun

 

 

O junkyô (espécie de treinamento p/iniciantes) do Mahikari-tai está para começar e fico me perguntando como estará a buntai-chô M, pois desde dezembro do ano passado (2013) não tenho ido ao dojô.

 

Ela deve estar com 34 ou 35 anos, tem nível intermediário e a família é muito pobre. O pai, que era artesão e tem nível básico, está desempregado há 20 anos após ter sofrido um acidente, nem recebe aposentadoria.A mãe (nível superior) é uma kumitê veterana com mais de 30 anos de dedicação e que está frequentemente no dojô, participando dos gohôshi (servidão), mas como está na faixa dos 70 e tem problema nas pernas, penso que não poderá continuar por muito tempo.

 

Daqui a pouco, se a família não requerer o «seikatsu hogo» (espécie de auxílio-pobreza da prefeitura), não conseguirá sobreviver.

 

Apesar de a mãe e filha terem se devotado à entidade por mais de 30 anos, só lhes resta envelhecer na penúria, sem terem tido nenhuma chance na vida.

 

A família da M é, em suma, o bagaço que fica após ter sido sugada pela Mahikari e quando perceber, não terá como fugir.

 

Fuja M! Ainda há tempo! Fuja levando o maior número de amigos!Assim talvez você acabe encontrando alguém maravilhoso.

 

Você era tão graciosa quando entrou no Mahikari-tai, apenas acabou estudando demais o ensinamento esquisito da Mahikari, por isso fuja!!!

 

O interessante é que tanto o kaityô (presidente)do Ossewanin (diretoria), quanto o fuku-kaityô (vice-presidente) têm filhas, que pouco vêm ao dojô. O que é compreensível, pois eles amam as suas filhas e é melhor deixar para as filhas dos outros as tarefas ingratas! Isto é o rita-ai (amor altruísta, pregado pela entidade).

 

 

Comentário postado por uma ex-kumitê(Kobutanukitsuneko) a este relato , em 3/4/2014

 

 

«Há quanto tempo! Sou filha de um ex-ossewanin.

 

De fato, os que abandonam e deixam de vir são os filhos de kumitê com cargo ou de kumitê veteranos, talvez porque se lembrem que quando eram pequenos ficavam em casa esperando pelos pais, que viviam no dojô ou porque sentem que sacrificaram a juventude nas atividades do Mahikari-tai e começam a ter dúvidas quanto ao fato de os pais se dedicarem por tanto tempo.

 

Eu penso que a M tem consciência disso também.

 

Tenho muitas amigas que se dedicam com afinco até o sotsutai (dispensa ou formatura do Mahikari-tai), acho que aos 40 anos.

 

Como os pais são kumitê e elas mesmas vêm se devotando nas atividades do Mahikari-tai por tantos anos, penso que não conseguem deixar e sinto até pena delas.

 

No meu caso, com o falecimento da minha mãe e com o meu pai internado no hospital por muito tempo, comuniquei-lhes a minha intenção de sair, mas a verdade é que depois disso nada aconteceu, isto é, eu e minha família estamos vivendo muito bem.

 

Se não fosse por essa situação dos meus pais, entretanto, teria sido impossível deixar a seita.Gostaria tanto que a M e as minhas amigas pudessem se aperceber...»

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